Agradecimento

Agradecimento

terça-feira, 3 de abril de 2012

RELATOS DE JOSEPH GEORGE SCARROTT

De acordo com o site de notícias Southend Standard do Reino Unido, foi descoberta uma história dramática, contada em primeira mão, entre os papéis de um membro da tripulação sobrevivente do RMS Titanic, que mais tarde trabalhou no cais da cidade de Southend.

Joseph George Scarrott, 34 anos, embarcou no Titanic em 1912, "parecia um sonho tornando-se realidade", descreveu. Em 1933, enquanto trabalhava como vigia noturno no cais, Joseph Scarrott escreveu artigos sobre a tragédia do Titanic para a Pier Review da Southend Corporation Pier Department. Joseph Scarrott ( foto menor ) em determinado momento dos relatos, escreve:
“Por volta das 23:30 eu estava em pé a prender o bote número dois no convés quando de repente houve um estrondo e enormes blocos de gelo caíram em todo o lado estibordo, enchendo completamente uma parte do convés. Por um momento o Titanic balançou para frente e para trás, depois pareceu que tudo tinha voltado ao normal, como se nada tivesse acontecido. Por volta da meia-noite recebemos a seguinte ordem: “Todos ao convés para limpar e arriar todos os botes.” Eu estava trabalhando no bote número 14, quando o Capitão Smith deu uma ordem que eu jamais esqueceria: “Homens, vocês sabem o seu dever, colocar as mulheres e crianças nos botes primeiro.” Eu perguntei ao Oficial Wilde que estava perto de mim, se eu deveria ir para o bote número 11 o qual eu era designado, mas como eu era o único marinheiro no bote de número 14 naquele momento, ele mandou que ficasse. Achei que seria difícil convencer as mulheres a entrarem no bote, porque elas estavam com a idéia que o Titanic era inafundável, mas estava enganado. No final descemos com 60 passageiros e 6 tripulantes.”Nota: De acordo com vários livros o bote número 14 foi arriado com 63 pessoas (41 mulheres, 11 crianças e 11 homens, sendo 08 tripulantes).“À medida que o bote estava sendo descido, o 5º Oficial Lowe permaneceu dentro do bote, o que me deixou mais tranqüilo, pois havia várias pessoas que tentavam pular para o bote enquanto este descia. O Oficial Lowe estava com um revólver e ameaçou atirar caso houvesse qualquer tentativa de invasão no bote. Ele chegou a disparar dois tiros para o lado do navio, como forma de aviso”.“Remamos cerca de 200 metros para longe da sucção quando o navio afundou. De repente, o navio virou para estibordo, em seguida, deu-se um estrondo como um trovão e foi para o fundo. Antes de desaparecer, ele partiu-se ao meio entre a terceira e quarta chaminé, perto da linha de água pouco antes de afundar. Nesse momento, todo o horror da situação veio sobre todos nós. Podíamos ouvir os gritos e mais gritos de socorro dos que estavam na água. A noite estava muito escura e era difícil decidir qual o caminho a tomar para a operação de resgate. Quando os nossos olhos acostumaram com a escuridão é que descobrimos que estávamos entre os destroços e corpos boiando com os coletes salva-vidas. Vimos apenas um homem vivo e depois de muito esforço, conseguimos puxá-lo para o bote, mas ele morreu pouco depois. Ao amanhecer podemos ver vários botes com sobreviventes, bem perto de nós. Recebemos então a ordem para juntarmos os botes com o propósito de formar um grande objeto na esperança de que qualquer navio de resgate pudesse nos ver rapidamente”.
Joseph George Scarrott voltou ao mar logo depois, servindo em diversos navios até 1921. Seus registros pessoais de serviço referem-se a ele com uma avaliação de "muito bom".

Agora, com a aproximação do Centenário do Naufrágio do Titanic, as memórias de Joseph Scarrott foram relevadas por sua sobrinha Muriel Lockwood ( foto maior ), de 86 anos de idade, moradora de Southend.

Fonte:
http://www.southendstandard.co.uk/

Nenhum comentário:

Postar um comentário