O fim das investigações oficiais não marcou o final das atividades legais. Ao contrário, foi apenas o início de uma série de processos, mediante os quais pessoas físicas e jurídicas pretenderam cobrar indenizações pela perda de parentes, bens e carga. Eles tinham que, necessariamente, esperar o parecer final dos inquéritos oficiais antes de iniciar suas próprias ações legais: caso a White Star Line e seus prepostos tivessem sido considerados francamente negligentes, o caminho estaria aberto a todos os interessados em se ressarcir por danos e prejuízos. No entanto, como nenhum dos inquéritos proferiu qualquer declaração peremptória, parecia improvável que os reclamantes do Reino Unido pudessem receber alguma coisa além do mísero estipêndio previsto pela Lei de Navegação Mercante.
As reclamações impetradas nos Estados Unidos, julgadas pela Corte Distrital Sul, do Estado de Nova York, envolviam um total de dezessete milhões de dólares. A White Star Line contestou-as e apelou na tentativa de limitar os débitos ao valor dos destroços recuperados do Titanic, conforme permitido pela lei norte-americana, isto é, o equivalente justo em dinheiro dos treze botes salva-vidas recuperados pelo Carpathia, somado aos fretes pagos com antecedência e a receita advinda da venda de passagens - cerca de 97.772 dólares. A legislação britânica prevaleceu, afinal, intensificando a batalha entre os advogados dos queixosos e os da companhia de navegação. Os depoimentos se arrastaram e provavelmente teriam continuado assim, por um período ainda mais longo, não fosse a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em agosto de 1914, ter desviado as atenções gerais. Em 28 de julho de 1916, um acordo entre as partes fixou a quantia de 663 mil dólares a ser rateada pelos queixosos.
O caso foi encerrado.
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